As Chaves do Armário

Narro aqui a descoberta de três caras e compartilho-as com o mundo. O certinho, o romântico e o galinha. Qual deles terá a chave da felicidade? Aquela que abre as portas do armário? Algumas histórias aqui aconteceram de verdade, do jeitinho que está escrito. Outras aconteceram de forma semelhante, mas foram narradas com algumas alterações para que fosse preservada a identidade das pessoas mencionadas.

segunda-feira, janeiro 29, 2007

(Observação: Os Males das Drogas !!!)

Depois do post: Sexo, Drogas e Rock and Roll, recebi alguns coments que vocês devem ter lido e alguns mails direto na caixa de mensagens. Gostaria de mencionar que de maneira alguma falei que as drogas fazem bem para alguém. Mas como ex-viciado não posso me livrar de escrever que sim, as sensações são maravilhosas e momentâneas, afinal se não houvesse sensações tão boas, as pessoas não estariam aí, viciadas. Mas devo ter esquecido de realçar os malefícios, que são muitos e para a vida toda.
Bom, como está relatado comecei muito cedo, meio que para me enturmar. Gordinho, tímido, carente, a cocaína era meu refúgio e me dava a sensação de poder que julgava precisar. Enfim o auge da minha dependência foi dos 19 aos 21 anos. Eu cheirava praticamente todos os dias. E minha vida começou a afundar. Primeiro eu comecei roubando dinheiro da carteira de meu pai. E de repente comecei a pegar dinheiro da carteira de todos da minha casa e depois a minha volta. As pessoas pararam de confiar em mim. Como meu pai e minha mãe estavam sempre viajando, a mulher que foi minha babá era a pessoa que tomava conta de mim. Cheguei a bater nela para pegar dinheiro. E assim fui levando. Anos antes cheguei a ser expulso do colégio que estudava, pois chegava cheirado em muitas das aulas e era considerado péssima influência para os alunos. Foi aí que perdi a maioria de meus amigos e comecei a andar com uns caras ainda mais barra pesadas. E com estes caras cheguei a ajudar a furtar rádios de alguns carros. Fora os roubos em supermercados onde enfiava tudo que podia dentro do moleton. Depois entrei para faculdade e cursei duas ao mesmo tempo. Geografia e Jornalismo. Na minha cabeça a farinha era o que me impulsionava para ficar a noite toda acordado estudando para as provas e fazendo trabalhos. Nesta época meus pais mudaram de cidade e minha "babá" morreu. Briguei com uma irmã que morava comigo e passei a morar sozinho. Foi o auge das drogas. E foi quando me piquei pela primeira vez. Não comia, gastava tudo em farinha. Larguei a faculdade de jornalismo. Esta época foi a pior porque cheguei a passar fome. Um dia na casa de um amigo meu, comecei a passar muito mal. Coração batendo rápido demais, dor muito forte no peito. Comecei a me bater e nada me segurava. Achava que estava morrendo. Chegou ambulância, estava tudo normal. E isto começou a se repetir com uma certa frequencia. Fui a muitos médicos até que chegaram a conclusão que estava com síndrome do pânico. Não me esqueço do médico dizendo a seguinte frase: "estas doenças de cabeça todo mundo tem ali guardadinha, mas tem um plug que faz com que elas apareçam." Na hora pensei, caralho, é a farinha. Comecei a dividir o apartamento com um rapaz, tinha medo de ficar sozinho, e como não tinha dinheiro para comer, comia toda a comida do cara. Enfim, larguei a facul de geografia também e comecei a dever ao patrão. Lembro-me que na época devia R$2000,00. O traficante ia direto me cobrar e eu fugindo. Meu pai tinha me arrumado um estágio, mas como tinha saído das faculdades, fui mandado embora. E quando o traficante ameaçou o rapaz que dividia apê comigo, ele ligou para meu pai e vieram me buscar. Saí da cidade que mais amava no mundo, deixei todos os meus amigos e fui morar na cidade dos meus pais. Sim, meu pai pagou a dívida. Daí no meu primeiro dia na cidade dos pais, sumi de noite. Na primeira noite já tinha encontrado a "minha nova turminha da farinhagem" e fiquei dois dias sumido. Meu pai me arrumou um emprego e passei no vestibular para arquitetura. Trabalhava num clube e ia cheiradaço para lá. Meus três primeiro salários, foram para pagar o dinheiro do traficante a meu pai. E de repente, comecei a roubar dinheiro da tesouraria do clube. Foi neste período que abandonei uma faculdade pela terceira vez. O gerente descobriu os roubos, foi até minha casa e contou para meu pai. Foi aí que ele decidiu me internar. Nesta época já tinho namorado o cara da maior pica do mundo e ainda estava com a garota. Fiquei quatro meses internado, num lugar horrível onde se rezava o dia inteiro, mas foi aquele lugar que me salvou. Meu pai naquela mesma época descobriu que tinha enfizema e o médico deu um mês de vida para ele. Chorei como nunca tinha chorado, fiquei desesperado. Meu Deus, nunca havia conversado com meu pai. O homem que mais amava no mundo estava quase morrendo e graças a cocaína, não sabia nada de mim, a não ser que eu largava os estudos, roubava minha família e era um péssimo elemento. Então eu comecei a rezar. Rezei para ele não morrer e eu ter tempo de provar para ele, que o Paulo que ele criou com o maior amor do mundo, que colocou na melhor escola do estado, que sempre foi o mais inteligente e simpático da turma, iria se tornar um homem exemplar. E desde aquele dia, pouco tempo depois que saí da clínica, nunca mais dei um tiro ou um pico que fosse. E me tornei o careta. E quanto mais careta ficava, mais trabalhava também. Ia mostrar para meu pai que tinha me tornado um adulto responsável e bem sucedido. E é assim até hoje. Trabalho feito um louco, tenho que provar a cada dia que sou um homem melhor. Ainda bem que meu pai é vivo ainda, e embora respire com ajuda do aparelho oxigênio, tem muito orgulho do que sou. Felizmente, eu soube no finalzinho, usar as drogas a meu favor. Pude mostrar a todos que estavam a minha volta que poderia ser muito mais feliz sem elas. E o sou. Tive que reconquistar todos os dias a confiança de minha família. E o fiz. O meu problema com as drogas sempre foi mais forte e difícil de suportar do que a minha sexualidade. Minha sexualidade, ou homossexualidade, nunca foi problema, tiro de letra. E ainda divido aqui com vocês.

domingo, janeiro 28, 2007

Capítulo 18 - Sexo, Drogas e Rock and Roll !!! (As drogas como Chave do Armário???? Tô fora !!!)

Primeiro lugar queria me desculpar pela demora da postagem. Mas meu namorado, paixão da minha vida, aquele do post "amor de pica é o que fica" chegou do Rio. Isto mesmo, voltamos, e desde que ele chegou decidimos muitas coisas. Decidimos mudar de cidade, parar de brigar. E ele decidiu por mim, que tinha que por um fim no blog (afinal, que namorado quer ver as transas de seu parceiro publicadas na internet para todo mundo ler?), o que foi motivo de outra briga. Mas agora estamos conversados e cá estou eu novamente. E a história de hoje se refere á época em que eu e ele nos conhecemos. Eu morava na cidade onde meus pais moravam e era o maior drogadinho cheirador de cocaína. Tudo começou quando eu tinha quinze anos e morava numa cidade bem grande. Eu sempre fui meio carentezinho e queria muito me enturmar, mas meu pai e minha mãe eram super rígidos na educação minha e de meu irmão. Tudo o que podíamos fazer era estudar e estudar. Amigos em casa, nem pensar. E via meu irmão , dois anos mais velho, cada vez mais nerd, e não queria seguir o mesmo caminho. Então tinha uma turminha no meu colégio, os fodões. Parecia coisa de filme adolescente americano. E eu queria entrar para turma de todo jeito. Então com treze anos comecei a fumar o cigarro da empregada da minha mãe. Lembro direitinho ela me ensinando a fumar "Campeão" no banheiro de seu quarto. Nunca vou me esquecer como eu engasgava. Uns quinze dias depois, cheguei perto da turminha e acendi o cigarro. Do nada , aquele gordinho tímido, foi hiper bem aceito, pois eles eram fodões para os outros, mas nem fumar eles sabiam. Então meio que me tornei o líder da turminha do mal. Como tinha sido muito gordinho desde novo, tive que me sobressair de alguma forma e era mega estudioso e simpático com todos. Então quando virei um dos fodões, dei uma emagrecida, mas o cara gente fina e que passava cola para todo mundo ainda estava ali. Daí que comecei a beber, mas detestava maconha. E aos dezesseis anos comecei a cheirar farinha, pó, sei lá como vão descrever. Eu detestava maconha, tinha pressão baixa e meio que desmaiava quando fumava. Mas a farinha me deixava ligadaço, antenado e era a melhor e mais rápida forma de emagrecer. Enfim fui virando homem, sempre com o maço de Free do lado e a peteca de farinha do outro lado. Fiz todas as loucuras que um adolescente drogado pode ter feito: roubei dinheiro da carteira do meu pai, roubei carro escondido e bati, matava todas as aulas. O típico garoto problema. Cheguei até a ser expulso do colégio. Mas ainda não tinha tesão por homem nenhum. Daí uma vez com dezenove anos, já na faculdade, trabalhando e mesmo assim me drogando estávamos na casa de um amigo quando ele colocou umas carreiras e de repente dois deles, totalmente héteros estavam se beijando. No outro dia, ninguém falou nada, todo mundo tranquilão. Daí depois de minhas primeiras transas gays, quando ia nas boates, já ia cheirado, acho que para ter força de chegar nos caras e transar. Realmente a cocaína me dava força para poder ter minhas transas gays. Uma das Chaves do Armário. Uma chave velha, torta, enferrujada. Mas a única que conhecia até o momento. E quando conheci o cara da pica maior do mundo, eu estava no começo do meu fim nas drogas. Me drogava todos os dias. Minha namorada na época, ficava louca. E quando terminei com ele mergulhei de vez. Acho que nem ele sabe disto. E cheguei a fazer tratamento numa clínica. Esta minha namorada foi a pessoa que me deu o maior apoio e estou limpo desde novembro de 1997. Foram sete anos de muita farinha e putaria. Lembro que tinha alguns efeitos. Primeiro a gente ficava muito louco, meio que se sentia super homem. Além de emagrecer horrores ( e ficar com homens héteros mais lindos do mundo, mas que cheirados davam o rabo lindamente). A maior desvantagem era quando o pau não subia de jeito nenhum. Um amigo meu Fred, conheceu um cubano uma vez e foram cheirar. O pau dos dois travou. E Fred decidiu colocar um desodorante no rabo do cubano. Ri muito quando Fred contou que a tampa do desodorante engatou no cu do cara e não saía de jeito nenhum. E ri mais ainda quando Fred simulou os movimentos que o cara fazia, para expelir a tal tampa. Outra vantagem das drogas era que você poderia entrar em qualquer lugar seja gay, hétero, bagaceira ou super chic, que ninguém ia incomodar. Afinal você tinha sempre a desculpa de estar buscando a farinha da noite. E isto é muito triste. Podemos ser drogados que muitas pessoas aceitam, mas gays não. Quantas vezes ouvi relatos de amigos em que seus pais diziam:'' Meu filho pode ser drogado, mas gay nunca". Como assim? o cara pode ser o maior drogado do mundo, roubar, até mesmo matar que tem perdão. Mas se for gay não tem valor nenhum? Tenho um problema sério com isto. Minha família sabe, mas meus parentes não. Então estava na casa de minhas tias solterionas mega religiosas. E estavam falando bem do papa por ele condenar o homossexualismo. Falavam que era certo, que onde já se viu? Daí fiquei pensando: o único sobrinho delas que vai lá toda semana, que as leva em shows, que joga baralho com elas, que as leva em médicos é gay. Os outros casados e tudo mais estão cagando para elas. Mas não tive coragem. Duas senhorinhas de 70 anos não iriam aguentar a revelação. Então me calei e fiquei umas duas semanas sem aparecer por lá. Elas são dois exemplos de pessoas que aceitam pessoas drogadas e não aceitam gays. Sempre me apoiaram na época das drogas, mas se soubessem que sou gay, irão me apoiar? Enfim, como disse estou livre desde novembro de 1997, mas de lá para cá passei muitos apertos. Adquiri certos cacoetes típicos dos farinheiros, tipo entrar na balada e ficar ligado e inqueito sempre olhando para todos os lados, e acho que por estes cacoetes muitas pessoas se ligavam e assim que eu entrava alguém me perguntava se eu tinha ou se estava afim de dar um tiro. E isto tem acontecido até hoje. Quando conheci os meninos tive muita sorte dos dois serem os caretas e embora eu e Patrick bebêssemos muito na noite nunca cheiramos nada. Ás vezes me dava uma crise de tristeza meio que querendo sentir todas aquelas emoções novamente. Mas era por causa do vício mesmo. A alegria que eu ficava na balada, a sensação de que era super-poderoso, ficar dias sem precisar comer. Tudo isto era gostoso demais. Mas a decepção que dei para minha família na época, o sentimento de meus pais é mais forte do que todas as alegrias e despreendimento que a farinha me proporcionou. E fora que uma boa transa totalmente lúcido, é melhor que comer a pessoa de pau meio mole ou que ter que enfiar um tubo de desodorante no cu do cara.

sexta-feira, janeiro 12, 2007

Capítulo 17 - O Namorado Ideal ( O cara perfeito? Ou o sexo perfeito?)

Sempre falei aqui do meu namorado de São Paulo. Na verdade ele morava em uma cidade do estado de São Paulo, uma cidade grande, com uma enorme "fama" gay. Namoramos por sete anos, dois anos a distância e cinco em cidades separadas. E quando me mudei para uma cidade perto da dele, terminamos. O cara era a pessoa perfeita, The One, como dizem os norte americanos. (Respondendo a outro post, o cara não era o meu tipo físico, eu fico com muitos tipos de caras ;-) ). Tudo bem que era branquinho e tinha o cabelo liso jogado para frente, mas era ultra, mega sarado. Aquele cara que malha três horas por dia, todos os dias. O cara que só come comida natural, vegtariano, e por quem todos suspiram em qualquer meio gay. Era dez anos mais velho que eu, e nos conhecemos em uma boate gay na cidade em que morávamos. Ele estava dançando sem camisa, e ficou olhando para mim. Nunca fui de gostar muito de cara mega musculoso, sempre gostei de magros mas não saradaços, mas ele não parava de olhar e já fui logo chegando perto dele e perguntando:" você é michê? pois se for estou fora !!!". Ele riu, meio sem graça, disse que não, que tinha gostado do meu jeitinho. (Jeitinho???) Fiquei sem graça, e conversamos por mais ou menos uma hora. Daí demos um beijo que com certeza foi o mais longo de minha vida. Ficamos mais de meia hora nos beijando. O cara era formado em comunicação na Puc, mas trabalhava em uma outra universidade. Tinha um bom carro e, embora fizesse planos de comprar um apartamento ainda morava com a mãe. Havia um ano que eu tinha terminado com o primeiro e único homem para quem havia dado, mas ainda gostava dele. Depois de beijarmos muito ele foi para meu apartamento. Lá transamos bastante. Eu enfiei o dedo no rabo dele e ele de cara falou: adoro o jeito que você me toca. Achei excelente e logo o comi. O cara era músculo puro. E tinha a bunda mais dura e redonda que já havia visto. Mas a transa não rolou bacana. Faltou um pouco de química. No outro dia ele me ligou no serviço as nove da manhã desejando bom dia. Gostei. Na hora do almoço me ligou convidando para fazer uma caminhada em volta de um parque da cidade... mais de 10 km. Fui. Enquanto caminhávamos e conversávamos, ele quis dar outra volta. Eu ali, morrendo de tanto andar, quis fazer a linha esportista. E demos outra volta. Não aguentava mais de dor na perna quando chegamos em casa, mas tivemos que transar a noite toda. Não foi a melhor transa mas pelo menos perdi ainda mais calorias. Seu pau era mediano. Mas eu quase não tocava nele. Uma semana depois fomos jantar e ele me pediu em namoro. Aceitei. Mas já fui logo dizendo que ele não era o homem da minha vida. E contei a história do cara do pau que me comeu: Antônio (omitindo que o cara tinha me comido). Daí ele me apresentou a sua família, eu adorava a sua mãe. Levei para minha cidade em Minas, ele fez sucesso com a minha família também. O cara era perfeito, bonito, educado, culto, bem financeiramente, e eu novinho com 23 anos estava adorando a situação, mas o sexo continuava fraco. Morei na cidade dele por dois anos, e ele ficava lá em casa de quarta a domingo. Segunda e terça era o dia dele dormir na sua casa. Daí veio a notícia. Fui transferido para a cidade dos meninos, que ficava a setecentos quilometros de distância. Nunca me esqueço de como chorei ao entrar no avião e ler a carta que ele havia escrito. Duas semanas depois ele estava me visitando. E durante dois anos ficamos nos vendo duas vezes por mês. Mas não sou homem de transar a cada quinze dias, tinha que transar duas vezes por semana no mínimo e comecei a chifrá-lo. No terceiro ano conheci Paolo e Patrick, daí os chifres se intensificaram. E nosso relacionamento durou sete anos. Álvaro me ligava todo dia, eu falava que ia dormir e saía com os meninos. Comecei a ficar com a consciência pesando. Três anos de chifres depois, comecei a sofrer por chifrar. E como chifrava muito, sofria muito também. E chifrava o cara perfeito. O bom namorado, bom filho. Quando algo dava errado na minha vida, culpava meus chifres. Daí comecei a terminar o namoro aos poucos, terminávamos pelo menos quatro vezes por ano, nos víamos menos, mas tínhamos a certeza de que envelheceríamos juntos. Engraçado uma barbie e um bear passando a velhice juntinhos. Patrick não gostava muito dele, uma vez chegou a falar que "o dentinho" dele o incomodava (como se o dente de alguém fosse motivo para não ser amigo). Paolo se dava bem com ele. Como falo muito e sou muito ligado, a calma e serenidade dele me completavam. Realmente achei que ia morrer ao lado dele, mesmo ele não sendo meu grande amor. Mas um dia depois de uma briga o cara chega e fala assim: " você tem que ceder... eu por exemplo, não gosto de ser passivo, mas te dou toda vez que te vejo". Aquilo para mim foi o fim. O cara nesta altura estava a cinco anos dando o rabinho para mim sem gostar. Fiquei com pena. Ele gostava de mim de verdade. A que ponto chegamos. Dispensamos pessoas por elas gostarem muito da gente. Será que gostamos de sofrer? Ás vezes estamos com alguém por achar que a pessoa vai nos fazer companhia, por achar a pessoa bonita, pelo fato da pessoa nos trazer uma segurança (seja ela financeira ou não). A minha verdade é que temos que estar com a pessoa com a qual gostamos de fazer sexo, aquela pessoa por quem você bate "A" punheta antes de dormir, não importa onde o carinha esteja. E para eu gostar de fazer sexo com alguém o cara não tem que ter pudores. Para mim, não vale ser lindo e ter todos os predicados se eu não souber que vou me matar de tanto gozar. E isto não acontecia, na verdade nunca aconteceu. Até meus desmaios pós orgasmo eram meio xôxos com ele. Então percebi que estava com o cara perfeito, mas eu queria mais, queria o sexo perfeito. Porra, se for para não gostar da transa então que fique amigo. Afinal o que é o namorado, senão um amigo com o qual transamos ? Quando voltei para Minas ele veio ficar comigo. E percebi que anos de traíção foram o suficiente para minar meu pouco tesão por ele. Quinze dias depois de mudar terminei com ele. E em seguida, dois dias após o término, reencontrei a grande paixão da minha vida, o cara com o qual gozei mais intensamente, que foi morar comigo cinco dias após nos reencontrarmos. E também o único para quem dei o cu. Semanas depois Álvaro ligou no meu aniversário. E Antonio atendeu. Me passou o telefone, Álvaro sacou quem era e chorou. Fiquei mal, me senti o último dos homens. O maior sacana universal do universo. Mas ás vezes temos que fazer opções. Existem pessoas que se acostumam a relações onde o sexo é insuficiente mas o carinho é grande. Eu não conseguia mais. Queria o o sexo. Fiz opção pelo bom sexo. Acho que valeu a pena. O bom sexo sempre vale a pena, ainda mais se soubermos aliar o bom sexo a um amor verdadeiro. Daí temos o namoro ideal.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Capítulo 16 - Eu não mereço, Tu não mereces, Ninguém Merece !!! (A Passiva do Pinto Mole)

Hoje vou falar sobre padrões. Independente de ser gay ou não, a maioria das pessoas tem um padrão físico que as atrai. Patrick prefere caras baixinhos. Ele com 1,80 e os caras bem abaixo dele. Paolo já gosta de um estilo intelectual, nerd. Curte carinhas com óculos no rosto (e tem outro lugar para colocá-los?). O meu padrão já foi falado aqui várias vezes. Aquele cara com a pele bem branquinha, cabelo bem preto e cavanhaque. Ou barba também. Mas o cavanhaque mata. Ao contrário de Patrick e seu desejo por olhos claros, não consigo gostar de pessoas com olhos azuis ou verdes. Não sei o que faz com que nos sintamos atraídos por alguém ou não. Deve ser questão de gosto mesmo.
Em abril de 2004, fui convidado para entrar no orkut. Naquela época era até uma coisa elitizada, quase ninguém tinha acesso. E foi uma coisa bacana. Dar aquela fuçada no perfil dos caras mais lindos era básico. Numas destas olhadas conheci um cara exatamente do meu padrão. Seu nome era Lucas e morava em São Bernardo do Campo. Mandei uma mensagem e começamos a nos corrresponder. Primeiro via mail, depois por telefone. (Quando mudei para um apartamento novo tinha uma linha telefônica funcionando, sempre usei a linha, nunca paguei a conta que nunca chegou, e nem sei a quem pertencia!!). Falávamos muito no telefone e decidimos nos encontrar. Ia passar a semana santa na casa de meus pais em Minas, e resolvemos que ele iria também. Já sabíamos tudo, ou quase tudo, um do outro e minha irmã, que ia viajar, cedeu sua casa para minha hospedagem e de meu "amigo". Peguei o vôo até São Paulo, depois táxi, metrô e fui para o Tietê onde nos encontrariamos e pegaríamos o ônibus até minha cidade. O cara me fez esperar duas horas. E quando chegou era ainda mais interessante que nas fotos do orkut. (O que é díficil, pois no orkut todos são "lindos", "ricos", "cultos" e "viajados"). Entramos no ônibus, no último banco e ele já foi pegando no meu pau. Depois de dois meses nos falando regularmente ao telefone estávamos morrendo de tesão. Bom, chegamos a cidade, pegamos a chave da casa da minha irmã e, ao chegarmos lá, fomos tirando nossa roupa. Ele logo se posicionou de frango assado na cama, mas sempre com o pau mole. Fiquei cabreiro. Será que ele não gostou de mim?
Lucas abriu bem as pernas tinha depilado o cu, tava lisinho. Daí quando fui me posicionar para comê-lo e segurei nos seus pés para enrabá-lo, tomei um dos maiores sustos da minha vida. Senti que tinha pego em algo áspero e grosso. Seu pé era o mais cascudo do mundo. Tentei não pensar mais naquilo e enfiei meu pau em seu rabo. Ele gemia muito, gritava que estava adorando, que eu era um tesão. Mas seu pau ali mole, enquanto que o meu que deveria estar caídaço com a visão daquele pé grotesco, consegui cumprir seu serviço. Gozei, e depois de eu gozar ele chupou bastante minha rola, e gozou batendo uma punheta. Foi tomar banho e não pude deixar de olhar de novo para aquele pé. Ficaríamos ali por três dias.... Cheguei a falar que tinha tesão em comer o cara quando ele estivesse calçado. E durante os três dias, o comi com ele colocando sapatos e sempre de pau mole. Fomos embora, pegamos o ônibus. Ele foi me punhetando. Chegando em São Paulo fomos até o aeroporto. E na hora da despedida o cara beijou minha boca na frente de todo mundo. Eu, bem interiorano assustei, mas as pessoas em volta não deram muita bola. Foi com o pé cascudo do pau mole que beijei outro homem pela primeira vez em público. Depois disto nos falamos algumas vezes. Ele começou a namorar com um americano e sumiu. Eu fui curtir aventuras com Patrick e Paolo. Mas meu padrão mudou um pouco. Agora gosto de caras bem branquinhos, do cabelo bem preto, cavanhaque e um pé bem lindo e lisinho.

domingo, janeiro 07, 2007

Capítulo 15 - O Altão Mais Lindo (Se trancando dentro do Armário !!!)

Primeira história de 2007 e aí vai uma mensagem de alerta.
A aventura de hoje começou em agosto de 2002 era uma quinta de noite e estávamos no shopping de nossa cidade. Tomando muito chopp e paquerando muito. Por quê será que a bicharada ama um shopping? Eu estava sentado de frente para Patrick de modo que não via a pessoa que estava na mesa de frente para ele. Paolo estava no meio de nós dois. No meio da conversa Patrick começou a ficar mudo e ausente, e olhava para sua frente o tempo todo. E começou a fazer o olhar de quando estava caçando. É um olhar estranho, ele fixa o olhar para a caça e só tem aquilo na vida dele. E fica com um puta olho de peixe morto, que na nossa opinião, em vez de conquistar amedronta o possível pretendente. Enfim, nem ousei olhar para trás para saber quem era o possível pretendente. Parece que o cara foi embora e Patrick decidiu ir também. Aproveitamos e fomos todos, afinal tínhamos que descansar e nos arrumar para a balada.
No outro dia decidimos fazer bate e volta e irmos para uma boate de uma cidade vizinha. Fomos conversando como sempre e na época, socorro!!!, estávamos numa de escutar Britney Spears (com dois anos de atraso)... Affff. E fomos a viagem inteira cantando Oops I did It Again... (sim, todos temos uma mancha negra em nossa vida). Chegamos no lugar, que para mim, mais parecia um pulgueiro. Sempre pensei que boate gay não combinava com manos, e pensava ainda que não existia mano gay. Mas este lugar me fez desacreditar em minhas opiniões. O fato é que chegamos e como sempre eu me afastei deles para caçar sossegado. Todos achavam que eu e Patrick namorávamos e éramos os putos, pois estávamos sempre juntos, mas na boate ficávamos com pessoas diferentes. Realmente, de vez em quando, um empatava a foda do outro. Na boate eu fiquei de costas para eles, e de repente um cara muito bonito entrou. Alto (mais de 1,90), cabelo preto liso na frente estilo o do Santoro, uma pele bem branquinha e uma pinta muito charmosa perto da boca. Uma versão homem da Cindy Crawford. Assim que o cara entrou, cruzamos olhares e começamos a rir. Rir muito. Ele parou exatamente na minha frente, mas do outro lado da pista e tudo que eu fazia ele imitava. Tragava depois de eu tragar, bebia depois de eu beber. E veio sorrindo conversar comigo. Sempre tive um lance estranho de chegar na pessoa e não gostava de ficar com quem chegava em mim. Mas sei lá o que me deu e logo estávamos nos beijando. O cara beijava muuuuuiiiiito!!! Vi que Patrick e Paolo estavão na pista e continuei beijando meu alto da pinta na boca. Daí vi que Paolo estava ficando com o Moranguinho. O Moranguinho era uma bichinha apaixonada por Paolo que ia sempre com a mesma camiseta nas boates, uma que tinha um morango na frente. Mas Paolo não era afim dele e ficava de tanto que enchíamos seu saco. Patrick estava afim do promoter do lugar, que realmente era muito bonitinho, mas não dava papo para ele. E ficamos nesta. Eu beijando o altão, Paolo beijando o moranguinho e Patrick olhando o promoter.
Umas três horas depois Patrick quis ir embora e resolvemos que íamos todos e como Felipe, o meu altão, morava uma cidade antes, eu fui no carro dele, Paolo dirigiu meu carro e levou Patrick e o amigo do altão que era muito estranho. Fomos tipo em comboio, mas eu estava morrendo de tesão e comecei a pegação no carro mesmo. Foi quando o Felipe me contou que estava no shopping no dia anterior, sentou na mesa atrás de mim. Me viu, mas Patrick não tirava os olhos dele. Puta merda, fiquei com o cara que o Patrick estava afim. Mas o cara era muito gato e não havia mais o que fazer. Chegamos a cidade do cara e voltei para o meu carro, não sem antes nos beijarmos muito, ele foi embora com os amigos dele e fomos para nossa cidade. Deixei Patrick primeiro e conversei com Paolo. Ele me disse que sim, era o cara mesmo, mas para eu desencanar. No outro dia tentei puxar este assunto com Patrick, mas ele cortou e falou que o cara era feio e coisa e tal. Nunca mais conversamos sobre isto. Desencanei e de noite o cara fez um jantar na casa dele para mim. Ele morava em São Paulo, tinha terminado um namoro e estava passeando na casa dos pais. Cheguei bebemos muito vinho e fomos transar. Puta merda, que pau gostoso. O cara falou que só chupava de camisinha, encapamos e nos chupamos a noite toda. Na hora de ir embora ele decidiu ir comigo, e ficou o domingo inteiro na minha casa. E durante duas semanas, foi isto. Ele indo para minha casa de noite, eu o comendo muito, o chupando muito e beijando muito também. Mas ele tinha trabalho em São Paulo. Numa quinta feira de tarde resolvi ir para São Paulo na casa dele. Chamei Paolo, pegamos o carro e chegamos lá de madrugada depois de seis horas de viagem. Jà cheguei e fodemos por todo canto da cobertura dele. Daí no outro dia fomos passear no shopping. Estávamos nesta a três semanas. Ele me chamou para ir no médico com ele pois tinha que buscar um exame.Não me disse que exame era, nem se estava com algum problema. Fui com ele e lá foi como se um míssel tivesse caído sobre nós. O médico, um infectologista, disse que ele era soropositivo, e eu ali do lado. Não sabia o que fazer. Ele chorou muito, se desesperou. Eu estava calado, assustado, não por mim, mas por ele. Fiquei dois dias na casa dele e voltei para minha cidade. Tinha terminado com meu namorado por causa dele. Não aguentei e contei para Paolo e Patrick (o cara deve ter ficado aliviado). No fim de semana ele voltou, mas não conseguia transar. Estava com medo de me passar. Falei para ele o que realmente penso: a grande diferença quando se sabe que o parceiro é soropositivo, é que a gente vai se cuidar muito mais. Com quantos carinhas devo ter transado que eram mas eu não sabia? A diferença é que com ele eu sabia e ia me cuidar mais. Ele me contou que havia terminado com o namorado por que o cara descobriu que era... e que ele estava com muito medo de ser também e que agora ele poderia ter passado para o cara e não o contrário. Ele morria de medo de me passar. Disse que não se perdoaria. Eu falei para ele que tudo bem, poxa sabemos como nos cuidar para não sermos "atingidos" pelo vírus, que era para ele ficar de boa. Mas duas semanas depois ele não aguentou. Falou que tinha muito medo de me passar que era para eu voltar para o meu namorado, ele voltaria para o dele. E assim, num quarto de hotel lindo na beira da praia, eu liguei para meu namorado da varanda e ele ligou para o dele de dentro do banheiro. Nos demos um abraço e nos tornamos grandes amigos. Falando assim parece que foi fácil, mas é foda só de lembrar. Um ano depois ele havia encontrado um cantor sertanejo famoso, que queria namorar com ele. Seu namoro não ia bem, ele me ligou. Disse que não podia estragar a vida do cara. Que se eu que ele amou tanto, e que lhe dava suporte, fui cortado da sua vida sexual e afetiva, ele não ia ficar com um cantor só porque o cara era famoso, milionário, mas que só podia ter sexo com ele. Fiquei com dó. O cara deixou de fazer muitas coisas e principalmente não se permitiu mais amar. Definitivamente se trancou. Muitas coisas passam em nossa mente quando descobrimos um parceiro soropositivo. Não vou ser hipócrita de não falar que me caguei todo quando fui buscar o resultado logo em seguida a nosso relacionamento, que tive medo sim de viver a vida inteira com uma pessoa que poderia ficar doente, mas sei que a pessoa se cuidando pode viver anos. Temo por esta nova geração que vem aí. Na minha época as pessoas morriam de Aids de uma forma mais forte, assustadora. Minha geração é a geração camisinha. Quem não se lembra de Cazuza na capa da Veja, Renato Russo, Lauro Corona. Hoje quem é o ídolo desta galerinha que está definhando por causa da doença? Enquanto isto, meu altão, faz seu tratamento. A barriga cresceu um pouco, e fez cirurgia para tirar um excesso de gordura. Mas vive bem. Quanto a mim, continuei fazendo meus testes de seis em seis meses, transando muito (de camisinha, claro) e tentando alertar a todos que a Aids é um perigo real, está aí, e só depende de nós pegarmos ou não.

(Observação - Fim das Férias)


Depois de quinze dias de férias volto a atualizar o blog. Gostaria de agradecer os mails recebidos e desejar a todos um ótimo Ano Novo. Eu Paolo e Patrick estamos muito contentes com a repercussão de nossas aventuras. Este ano não nos encontramos no reveillon. Mas estávamos pensando um no outro com muito carinho e desejando ótimas "entradas".
Vou aproveitar esta observação e responder algumas perguntas dos leitores:
* o blog vai ser postado duas vezes por semana, provavelmente ás terças e quintas.
* a cidade onde moro fica no sul de minas ;-)
* as histórias são todas reais
* o msn do blog é: aschavesdoarmário@hotmail.com quem quiser pode adicionar
* gostaria de agradecer aos seguintes leitores: Dandan, Guina, Kadu, Fred Spósito, Will, André, Péricles, e todos os anônimos que nos deram opiniões. Inté e novamente Feilz 2007 a todos.

quinta-feira, dezembro 21, 2006

Capítulo 14 - Sex and the (gay) City - (Quando o Pit-Bul vira Gatinha !!)

No mundo gay, há aquelas coisas que são comuns a todos. Os gostos. Não sei se a maioria dos gays já nascem gostando de coisas iguais, ou se por influência do meio começam a gostar. Mas é muito difícil um de nós não gostar de Madonna, por exemplo, e até os que falam que não gostam de suas músicas atuais, vão se lembrar com saudade do tempo em que ela cantava "Like a Viirgin". Assim vamos criando uma cultura nossa, e apesar de ainda sermos uma minoria, dividida em muitas minorias, são nossos gostos culturais que nos unem. O seriado Sex and The City fez inúmero sucesso no mundo inteiro, mas no meio gay se tornou um ícone. E todos tinham seus personagens favoritos. Cada grupinho tinha seus personagens. No nosso foi a mesma coisa. Paolo, era Carrie. Uma mistura de todos os tipos. Patrick era Charlotte. Romântica e sonhadora. Eu era Samantha. A piranhona. E nosso amigo Joshua era Miranda. O frio.
Joshua é um dos melhores amigos de Patrick e moraram na mesma rua desde crianças. Se descobriram gays na mesma época e compartilharam muitas aventuras. Quando conheci Patrick, Joshua estava começando seu namoro com Wandemilson. Um cara boa pinta. Mimado, ás vezes metido, mas sempre nos demos muito bem. E começamos a viajar juntos. E aprontavámos muito. Como na vez em que fomos para a casa rosa de praia do Joshua e a casa era de madeira. O piso rangia a noite toda e Paolo morria de medo. Brincávamos muito, literalmente soltávamos a franga. Engraçado como nós gays, ás vezes em nossos trabalhos ou em outro meio social, somos considerados tímidos, sérios demais ou até antipáticos. Mas no nosso meio nos transformamos. E nos soltamos. E na nossa vida sexual é assim também. Dois fatos ilustram bem esta nossa característica. Vou começar falando do Camisa Amarela.
O Camisa Amarela era um cara lindo que morava na mesma cidade que a gente. Super másculo, um sorriso safado no rosto. Uma voz grossa. Era chefe de cozinha de um restaurante local e muitas vezes frequentávamos este lugar só para podermos admirar o Camisa Amarela. E ele também estava sempre na boate. E sempre usando a mesma camisa amarela. Dançava meio duro, de um jeito muito masculino. Um dia, virado de bêbado, tomei coragem e cheguei no Camisa Amarela. Já conversávamos a algum tempo. O cara também estava mamado. E decidimos ir para meu apartamento. No caminho o cara começou a se soltar e falava que estava morrendo de tesão, mas falava com uma voz, que nada parecia com a voz grossa e máscula do Camisa Amarela. Como estava com muito tesão, levei na boa, até que ao entrarmos em casa ele se jogou no meu colo e miou: "aiiiii...gaaaato, tô tão careeenteeeee." E fez uma voz fininha que me broxou totalmente. E já foi tirando minha calça, e caiu de boca no meu pau. Mamava muito e, claro, ele subiu independente daqueles miados que ele emitia. O comi gostoso demais, mas toda hora queria que ele fechasse a boca. Cheguei a falar que não gostava de falar durante a transa. E fui ficando puto. Não esperei ele gozar e, de sacanagem, gozei primeiro. Gozei e desmaiei. E quando acordei, encontro o Camisa Amarela, colocando sua camisa e abrindo a porta de casa. Perguntei o que tinha acontecido e a voz de macho dele voltou na hora. "achei que você tinha morrido ou desmaiado, me assustei". O cara foi um banana. Além de miar ainda era um covarde. Ia embora com medo da polícia. Expliquei para ele o que tinha acontecido e ele foi embora. Sempre que nos viamos ele vinha e falava com a maior voz de homem: "e aí, velho". Qual não foi a decepção dos meninos quando contei para eles. Mas o pior aconteceu quando morava numa cidade do nordeste. Estava passeando no calçadão quando um cara todo fortinho, bonitinho, com o maior jeito de homem, começou a me olhar. Dei uma virada para trás e encarei também. Ele deu meia volta, se aproximou e começamos a conversar. Depois de um tempo conversando, o cara foi super direto, falou que era casado e muito afim de transar com homem. Putz, nunca saí com casados, achava a maior babaquice. Mas topei e combinei de buscá-lo no dia seguinte e irmos a um motel. Chegamos lá, o cara para variar me mamou muito e fomos tomar um banho. Quando estávamos no banheiro no maior amasso ele se virou e disse: " Me fode papaizinho". Porra além de me sentir o velho, apesar de termos a mesma idade, ainda tive que escutar durante a foda toda o cara me chamar de papaizinho. Mas fui em frente. Ele gostava muito de dar e eu não estava mais aguentando bombar, quando ele me disse: "paínho, fode tua meninha" e fez vozinha de mulher. Na hora comecei a bater uma punheta para ele enquanto o fodia, e gritei muito. Eu gritava muita putaria do tipo: "Engole a rola do papai, filhinha". "Mama a mamadeira do papai". Consegui meu objetivo: o cara gozou rápido e falei que estava atrasado. Nunca mais o vi. A vida hoje está muito baseada em aparências. As pessoas não podem ser aquilo que realmente querem ser. E temos que respeitar, né? Creio que cada um faz o que quiser da vida, principalmente na vida sexual. Daí fica foda, quando a pessoa fica se passando por machinho, e na hora agá, inverte tudo. Respeito, mas na minha cama não. É nestas horas que fazer a opção por ser a Samantha, a piranhona, não vale a pena. Definitivamente.


Capítulo 13 - É Dando que se Recebe (a primeira vez a gente nunca esquece!! Amor de pica, é o que fica?)

Putz, em todos os relatos sempre me posiciono como o ativo da turma. E achei que tinha superado o "trauma" de ser passivo (também depois de ver o Homem-Cobra sofrendo tanto para dar o cu). Para muitos, o gay é aquele que dá, aquele que só come não é viado. Porra, pera lá, se um homem ficou de pau duro, para poder comer outro homem, então ele tem um lado homossexual muito forte dentro de si. Este cara pode ser considerado gay? Durante muito tempo acreditava que não, e embora, sabendo que gostava de homens, fui sendo ativo pensando que o gay era quem estava dando. Uma vez li uma frase que dizia assim: "Como dizer quem come, se quando nos amamos temos a mesma fome?". É engraçado como não gostamos de ser gays no começo, depois assumimos para nós mesmo que somos bi... e de repente saímos por aí. Comendo loucamente, e dando loucamente também. Uma vez antes de morar na cidade dos meninos, conheci um cara do pau enorme...cavanhaque lindo. Pernas super grossas. Seu nome era Antônio.
Bem, após transar com o homem cobra e inúmeros homens, eu ainda me sentia atraído por mulher. E embora estava sempre transando com homens, namorava algumas delas. Uma realmente eu amei e pensei que fosse casar. Mas brigávamos muito e eu sempre arrumava um motivo para deixá-la em casa e procurar uns guris de cavanha. Até que um dia, após uma discussão com ela, e passando por uma praça onde os caras caçam , encontrei com Antônio. Achei a perna grossa dele a coisa mais gostosa do mundo. Perguntei se ele tinha cigarro. Falou secamente que não. Peguei um maço no bolso. Perguntei se tinha fogo. Negou novamente. Acendi um fósforo que estava guardado. Ele começou a rir e conversamos. Além de ser super atraente e ter um bom papo, ainda tinha uma bunda linda. Fomos dar uma volta no seu Fusca. E páramos num lugar deserto e começamos a dar uns amassos. Eu ali, de cara, quando passei a mão e ele tinha um caralho enorme. Decidi que estava muito apertado dois homens com 1,80 de altura num Fusca e embora estivésse gostando da situação, preferi ir a um motel. Claro, que naquela época achava estranho entrar num motel com outro homem, e fazia mil contorcionisnos para me esconder dentro do Fusca. A química nunca havia sido tão fantástica na minha vida. Também, ele escorpião com ascendente escorpião. Eu câncer com ascendente em câncer. Meu paraíso astral. Lá ele chupou muito meu pau, e ao ver aquela bunda durinha e redonda o comi. De frango assado, de quatro. Gozamos muito e para minha supresa encontrei uma outra pessoa que desmaiava quando gozava, exatamente como eu. Depois de acordarmos do desmaio e tomarmos banho, ele me deixou na esquina de casa e passou seu telefone. Claro que liguei no dia seguinte e após deixar minha namorada em casa, entrei no Fusca que estava estacionado a uns dois quarteirões, e fomos fuder de novo. E isto foi todo dia. Até que com mais ou menos duas semanas ele começou a passar a mão na minha bunda. Deixei. No outro dia dentro do Fusca enfiou um dedo no meu cu. Achei curioso. E aconteceu o que tinha medo. Gostei !!! E foi assim durante mais um mês. Transávamos muito, eu o comia bastante ele louco para me comer. Sabia que aquele rabo era virgem. Como tínhamos uma química muito boa, eu confiava muito nele. Então para minha surpresa, após um banho muito bem tomado num motel, recebi um beijo azul. Puta merda, aquela lambida eletrizante no rabo. E foi depois deste beijo azul que o safado, já preparado, tirou do bolso a camisinha e o KY e me enrabou. Que dor. Que dor maravilhosa!!! E com vinte minutos já queria mais. Primeira dada de cu em grande estilo: para o maior pau que já havia visto na vida. Até comentava com alguns amigos gays que se fosse para dar, tinha que ser para o maior (temos que tomar cuidado com o poder das palavras). E depois que acostumei dava para ele sempre, mas não sem antes o comê-lo muito. E ficamos nesta por mais quatro meses. Daí ele veio com a bomba. Eu tinha que decidir entre ele e minha namorada. A menina mais gente fina que conheci, e o verdadeiro álibi para meus "crimes". Falei para ele que não podia assumi-lo para amigos de facul, minha família. Ele terminou comigo. Chorei cinco dias e cinco noites. E arrumei emprego numa cidade em outro estado. Com a menina namorei por mais um ano, percebi que não podia enganar uma menina tão bacana ( e nem enganar a mim mesmo). Fiquei sabendo que ele tinha se mudado também. Guardava duas fotos dele de lembrança e sempre batia uma para ele. Arrumei outro namorado, ele também e fui transferido novamente, desta vez para a cidade onde Patrick e Paolo moravam. Nunca mais dei. Até que um dia, retornei para a cidade onde meus pais moravam e passeando na praça o encontrei. Lindo, barba por fazer e conversamos muito. Ele estava namorando, eu havia terminado com meu namorado de outro estado dois dias antes. Saímos. Foi muito bom, conversamos bastante. Ele sabia que tinha sido o grande amor da minha vida. Pediu desculpas. No outro dia de noite o cara me ligou com uma desculpa esfarrapada me chamou para sair. Fomos para uma cidade vizinha e entramos num bar gay. Eu tinha dado a volta por cima. Uma coisa meio Tieta do Agreste. Saí da cidade arrasado, e voltei com uma carreira bem sucedida, morava num lugar legal, tinha meu carro (e não era um Fusca). Liguei para Paolo e Patrick e falei que iria esnobar muito o cara e me vingar dele. Deixar ele louco e cair fora. Nos beijamos muito no bar. E depois, ao ver aquele pinto de novo, a vingança foi definitivamente abolida. E quando me dei conta, depois de cinco dias ele havia terminado com o namorado e veio morar comigo. O primeiro homem para quem dei o cu, foi o primeiro com o qual morei depois. Se dei de novo? Em outro capítulo eu digo, mas já adianto que moramos juntos até o mês passado e que o pau dele está cada dia maior.

(OBSERVAÇÃO - DEU NO ILUSTRADA ON LINE)


"Bambam quer bater recorde de Alexandre Frota; leia destaques GLS

SÉRGIO RIPARDO
Editor de Ilustrada da Folha Online
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Dicas de sites

Chaves do Armário é um blog brasileiro criado por Paulo Martins sobre experiência e problemas dos homossexuais

Chá com Bolachas traz os flyers das festas das garotas lésbicas em São Paulo. A última se chamou "Natal sem Peru". "

Aí vai o link: http://www1.folha.uol.com.br/folha/ilustrada/ult90u67084.shtml

Obrigado a todos pelos mails recebidos... Muito carinhosos e se identificando conosco.

Abraços,

Paulo, Patrick e Paolo

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Capítulo 12 - O Mundo de Interesses (o desmaio da Fênix!)


Uma coisa impressionante que existe no mundo é o tal do interesse material. Apesar de achar que no mundo todo (seja gay, hétero ou qualquer outro) o interesse cada dia mais esteja "em moda". Sempre tive muitos problemas em saber diferenciar uma pessoa interesseira de outra não interesseira. E por ter passado por uma adolescência de inseguranças e carência, me tornei um adulto que queria mostrar que aquele adolescente, gordinho, reprimido tinha dado lugar a um homem valente, resolvido e que conseguia tudo que queria. Com mais ou menos vinte e cinco anos, tinha um bom emprego, carro, morava num apê bacana, tinha um namorado muito bonito em outro estado mas precisava mostrar para as pessoas que não era aquela figura carente que até eu achava que eu era. E este era um dos motivos que cada dia ficava com uma pessoa diferente: para me mostrar. Afinal, no mundo gay, ás vezes ter uma vida sexual plena dá muito mais status que ter um emprego bacana. E com este emprego bacana, a vida sexual plena se tornava uma rotina. Afinal, aquele cara lindo, louco para dar o golpe do baú vai sempre estar ali. Lindo, louro, alto, olhos claros, corpo malhado e te esnobando. Até que, na boate, um amigo de um amigo do ex caso dele, vai te apontar falando para ele que você vai viajar todo fim de semana para bons lugares, que tem um carro bacana, mora num lugar legal. E num passe de mágica, aquela pessoa ignorada anteriormente passa a ser o centro das atenções de nosso amiguinho interesseiro. Foi deste jeito que conheci a Fênix.
O interesseiro típico, com todas as descrições do interesseiro já descritas e ainda com o book de modelo embaixo dos braços. Começou devagar, em nossas idas a boate. O cara sempre sozinho dançando, fazendo caras e bocas, e lindo!!! O tipo de cara que, uma vez contigo, mataria todas as suas frustrações de adolescência. E do nada ele começou a retribuir meus olhares. E quando foi embora fez questão de passar do meu lado e dizer que estava indo embora. Como bom caçador decidi que era a hora de pagar minha conta , despedir de Paolo e Patrick (que se acabavam de dançar na pista), pegar o carro e oferecer uma carona, a qual foi prontamente aceita. Primeiro sinal de interesse: olhar o marcador de gasolina do carro. E o meu estava vazio. Fomos conversando e ele me contando que tinha estado modelando no Japão (depois fui descobrir era tudo mentira) e eu começava a perceber que estava diante do interesseiro clássico. Aquele que não beija na primeira vez, só depois de um jantar num lugar caro pago por você, é claro !!! E ir para cama então só no oitavo encontro. E na cama fica com vergonha de mostrar o corpo nu, embora você já soubesse que era um corpão. E só se entrega quando acha que você está caídinho por ele. Daí vira a bundinha para o lado e diz meigamente: "devagar, tem muito tempo que não dou." Bem com um mês com o Fênix, e após passar por toda estas etapas, chegou o carnaval e iria passar com meus amigos de muitos anos, os mesmos que conheceram aquele gordinho sensível e carente,numa praia badalada e cheia de baladas, e decidi que era hora de mandar este outro eu embora de uma vez. E lá fomos eu e Fênix para praia. E no meio do caminho quase tivemos um acidente, pois ele chupou meu pau enquanto eu dirigia, gozei e desmaiei. Ele teve que tirar meu pau de sua boca, segurar a direção e ir para o acostamento. E fez isto em menos de dez segundos, enquanto o carro perdia velocidade. Foi horrível a sensação. E qual não foi minha surpresa quando chegamos na praia e todo mundo, (aqueles caras que eu morria de medo que me descobrissem quando adolescente e fui descobrir mais tarde que eram também) todo mundo achou o Fênix magricela e antipático, o que fazia com que ele não despertasse atenção nenhuma neles !!! E ele desfilando comigo na praia como se eu fosse um troféu, quando deveria ser o contrário. Mesmo assim transávamos muito dentro da praia e fora dela também (se estava na chuva tinha que me molhar, embora ele fosse uma menininha no sexo, cheio de não-me-toques e tivesse o maior tesão em me ver desmaiar pois achava que o motivo dos meus desmaios era o tesão que eu sentia por ele). Coitado !! Mas comecei a me interessar por outras pessoas (também tenho meus interesses) e a ignorá-lo. E ele exigia mil atenções, me chamava toda hora, e desmaiava se eu não fosse vê-lo. Quando eu chegava perguntando o que tinha acontecido, ele abria os olhos e falava que estava com saudades. Era a própria Fênix, morrendo e renascendo das cinzas ao me escutar. Graças a Deus, ele tinha que ir embora na terça e resolvi que iria ficar até domingo. Levei-o para casa, passei no apartamento de Paolo, dei meia hora para ele trocar de roupa e fazer as malas e retornei feliz para a praia com meu amigo. Paolo sim, caçava comigo, aprontávamos horrores e ainda fez muito mais sucesso com meus amigos e com os gays da praia, do que o meu interesseiro modelo metidinho a playboy. Aprendi que um bom amigo, causa melhor impressão que um namoradinho exibicionista. Ah !!! Anos depois encontrei com Fênix e me falou que namorava um fazendeiro rico do Paraná. Por coincidência conheci o tal fazendeiro. Trabalhava num escritório de contabilidade.